quarta-feira, 20 de maio de 2015

Humanismo - o contexto de Auto da barca do inferno


Humanismo, o contexto histórico de auto da barca do inferno.

Nessa segunda escola literária da Era Medieval, a sociedade estava numa transferência da Idade média para a Idade Moderna e coisas estavam acontecendo. Dento do contexto histórico haviam as grandes navegações portuguesas e de outras potências, em busca de riquezas e outros lugares. Havia a nova classe social, a burguesia, e a busca por enriquecimento dos nobres, por meio de territórios e especarias, que fortaleceriam o império português em expansão. Os reinos se formaram através do comércio. O feudalismo estava em decadência. O teocentrismo tão defendido pela igreja Católica estava dando margem ao antropocentrismo. Foi criada a imprensa; entre muitos outros pontos. Dentro do contexto literário, os nobres começaram a se preocupar com registros históricos, o que no Trovadorismo não era algo tão importante, e Fernão Lopes é nomeado guarda mor da Torre de Tombo, onde ele passava seu tempo registrando os feitos da nobreza e a história de Portugal em crônicas. Além dessa nova forma de escrita, há uma separação entre poesia e música e os versos ganham um toque de sensualidade e crítica. Vem o teatro no qual se destaca a figura de Gil Vicente. Falando mais sobre esses gêneros literários:

Crônicas: Nobres buscam registros de seus feitos e conquistam e contratam cronistas, como o citado Fernão Lopes, para escrevê-los. Esse tipo de crônica era claro, simples, demonstrativo e com bom domínio da língua. Os escritos dele se destacaram porque ele não registrava só coisas sobre o rei, ele falava de toda a sociedade, como um repórter de sua época. Falava sobre fatores econômicos e a participação do povo na história de Portugal, o que o fazia além de escritor, um historiador.

Poesia palaciana: As poesias no século XV não eram mais acompanhadas por música como antes, e se chama palaciana, pois revela os costumes e sentimentos dos nobres que viviam nos palácios. Nesses poemas nota-se a sensualidade e a manifestação dos desejos materiais. A produção de poesias palacianas foi reunida num livro chamado Cancioneiro geral, organizado por Garcia de Resende, que copilou, copiou essas poesias.

Teatro: Durante a Idade Média ele já existia na forma de representações teatrais religiosas nas festas cristãs, como no Natal, na Páscoa, procissões, etc.; representações teatrais que contavam a vida dos santos; encenações chamadas de profanas porque eram feitas fora da igreja e com intuito de passar mensagens morais e não religiosas; imitações cômicas que ridicularizavam pessoas ou acontecidos; e ainda encenações carnavalescas variadas. Chega então Gil Vicente, cujos textos tinham a intenção de divertir e criticar de forma subtendida, e cujas peças eram apresentadas para os nobres no palácio, para entretê-los. Entretanto, suas peças continuam no estilo medieval, o tipo de teatro popular, não aderindo em relação à sua estrutura ao que é proposto pelo Renascimento. Elas geralmente eram subdivididas em:

·         Farsas: eram peças cômicas que critica alguém e prega a moral. Exemplos: Farsa da boa preguiça; Farsa de Inês Pereira.

·         Autos: eram peças de fundo religioso e prega os bons costumes. Exemplos: Auto da Visitação (ou Monólogo do Vaqueiro); Auto da barca do inferno; Auto da compadecida.

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