Humanismo, o contexto histórico
de auto da barca do inferno.
Nessa segunda escola literária da
Era Medieval, a sociedade estava numa transferência da Idade média para a Idade
Moderna e coisas estavam acontecendo. Dento do contexto histórico haviam as
grandes navegações portuguesas e de outras potências, em busca de riquezas e
outros lugares. Havia a nova classe social, a burguesia, e a busca por enriquecimento
dos nobres, por meio de territórios e especarias, que fortaleceriam o império
português em expansão. Os reinos se formaram através do comércio. O feudalismo
estava em decadência. O teocentrismo tão defendido pela igreja Católica estava
dando margem ao antropocentrismo. Foi criada a imprensa; entre muitos outros
pontos. Dentro do contexto literário, os nobres começaram a se preocupar com
registros históricos, o que no Trovadorismo não era algo tão importante, e
Fernão Lopes é nomeado guarda mor da Torre de Tombo, onde ele passava seu tempo
registrando os feitos da nobreza e a história de Portugal em crônicas. Além
dessa nova forma de escrita, há uma separação entre poesia e música e os versos
ganham um toque de sensualidade e crítica. Vem o teatro no qual se destaca a
figura de Gil Vicente. Falando mais sobre esses gêneros literários:
Crônicas: Nobres buscam registros
de seus feitos e conquistam e contratam cronistas, como o citado Fernão Lopes,
para escrevê-los. Esse tipo de crônica era claro, simples, demonstrativo e com
bom domínio da língua. Os escritos dele se destacaram porque ele não registrava
só coisas sobre o rei, ele falava de toda a sociedade, como um repórter de sua
época. Falava sobre fatores econômicos e a participação do povo na história de
Portugal, o que o fazia além de escritor, um historiador.
Poesia palaciana: As poesias no
século XV não eram mais acompanhadas por música como antes, e se chama
palaciana, pois revela os costumes e sentimentos dos nobres que viviam nos palácios.
Nesses poemas nota-se a sensualidade e a manifestação dos desejos materiais. A
produção de poesias palacianas foi reunida num livro chamado Cancioneiro geral,
organizado por Garcia de Resende, que copilou, copiou essas poesias.
Teatro: Durante a Idade Média ele
já existia na forma de representações teatrais religiosas nas festas cristãs,
como no Natal, na Páscoa, procissões, etc.; representações teatrais que
contavam a vida dos santos; encenações chamadas de profanas porque eram feitas
fora da igreja e com intuito de passar mensagens morais e não religiosas;
imitações cômicas que ridicularizavam pessoas ou acontecidos; e ainda
encenações carnavalescas variadas. Chega então Gil Vicente, cujos textos tinham
a intenção de divertir e criticar de forma subtendida, e cujas peças eram
apresentadas para os nobres no palácio, para entretê-los. Entretanto, suas peças continuam no estilo medieval, o tipo de teatro popular, não aderindo em relação à sua estrutura ao que é proposto pelo Renascimento. Elas geralmente eram
subdivididas em:
·
Farsas: eram peças cômicas que critica alguém e
prega a moral. Exemplos: Farsa da boa
preguiça; Farsa de Inês Pereira.
·
Autos: eram peças de fundo religioso e prega os
bons costumes. Exemplos: Auto da Visitação
(ou Monólogo do Vaqueiro); Auto da barca do inferno; Auto da compadecida.