quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O caçador de pipas


Num dia de inverno em 1975, um acontecimento trágico dá a Amir, um garoto afegão de doze anos, a oportunidade de decidir que tipo de pessoa seria pelo resto de sua vida: aquela que luta e defende aqueles que ama, ou o covarde que foge e abandona aqueles que mais precisam de sua ajuda. A decisão que ele toma carretará consequências inesperadas para ele e para pessoas que muito ama; e isso o assombrará durante longos vinte e seis anos. Até que um dia ele recebe uma ligação de alguém que não via há muito tempo, e que muda sua história assim como tudo em que ele acredita ser verdade - até agora.

Amir e Hassan cresceram juntos na propriedade de baba, em Wazir Akbar Khan, em Cabul, nos anos 1970, sempre na companhia constante de Rahim Khan, amigo de baba, e Ali, pai de Hassan. Apesar de serem crianças comuns que gostam de ler seus livros - como a história de Rostan e Sohrab - assistir filmes - como Sete homens e um destino - , e principalmente de empinar pipas; Amir é da etnia pashtun enquanto Hassan é hazara, e não há nada que possa mudar isso. Ambos perderam suas mães ainda pequenos e mamaram da mesma ama de leite, estabelecendo assim um vínculo de irmandade. Hassan sempre foi fiel a Amir, defendendo o amigo em todos os momentos, por mais que isso lhe custasse; mas quando a lealdade de Amir é testada ele se mostra covarde e abandona Hassan. Isso rompe a amizade dos dois, e faz Amir tomar atitudes que nunca pensou que podia tomar. Isso faz com que suas vidas sigam caminhos diferentes: Hassan e Ali vão embora para Hazarajaht e Amir e baba fogem para os Estados Unidos, com a chegada dos soviéticos. Mas a vida lhe dá oportunidades de ser feliz, como quando conhece sua mulher Soraya na feirinha afegã, com quem ele se casa e vai morar em São Fransisco.

Até que um dia, ele recebe uma ligação de Rahim Khan, que o pede para ir ao Paquistão lhe encontra. Lá, Amir descobre uma série de segredos escondidos por muitos anos, que envolvem não somente sua vida como também a de Hassan e de várias outras pessoas. E a partir de tudo o que fica sabendo, é impelido a voltar para a cidade de sua infância, Cabul, agora tomada pelas forças do Talibã, para procurar por um menino que representa sua chance - talvez a última - de redimir não só os seus, mas os erros do passado que se acumularam ao longo dos anos.
Eu simplesmente amo esse livro, não há como não se envolver. É uma história bem narrada, feita para mexer com nossas emoções e nos levar a torcer e praguejar durante a leitura. Em algumas partes tive vontade de fechar o livro e deixá-lo na estante. Motivo? Revolta. Revolta por todas as atitudes erradas que nosso protagonista tomou, todas as escolhas ruins que ele fez, que se tivessem sido diferentes a história teria sido outra. E se? E se ele tivesse entrado naquele beco e defendido Hassan? Eles teriam continuado bons amigos? Viveriam juntos e fugiriam os quatro para os Estados Unidos?   Mas será que ele seria tão envolvente quanto é sendo exatamente desse jeito? Acho que ele é simplesmente perfeito do jeito que é, sem tirar nem por. Muitas lineares seriam possíveis, mas o fim que Khaled Hosseini reservou para os personagens, é o melhor que consigo imaginar.
 


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